Lula de Oliveira no Instagram é Caminho simples, o link está aqui, mas saiba que ele não é dos que produz conteúdo online (sua sócia e parceira, Lorena, também não). Para contatos sobre os cursos e atendimentos, aqui está o site com as informações.
Edição e direção de som: Rodolpho Almeida*
Trilha sonora original: Rodolpho Almeida*
* Meu marido. haha Engenheiro, sua função oficial é relacionada a energia renovável, mas é um ser de múltiplos interesses e talentos. A música é um deles, desde adolescente. Então, aproveitei essa sorte e solicitei seu serviço. A música do início e do final foram criadas originalmente por ele que também cuidou de uma edição rápida e simples, pois prefiro uma conversa fluida no audio. Obrigada, meu amor.
1.Livro Nossa luz interior (2022), Michelle Obama: a obra é um lançamento, chegou aqui no Brasil no último dezembro, e traz as palavras da ex-primeira dama americana, a primeira negra, sobre a vulnerabilidade e a ausência de esperança que ela sentiu no período pandêmico de isolamento. Logo no início do livro, Michelle escancara uma realidade de muitos de nós:
“Com muito cuidado, criei processos e sistemas que davam certo para nossa família, meu trabalho (…) Se me vinha uma divagação, uma mágoa não resolvida ou um sentimento inclassificável, eu geralmente o guardava em uma gaveta mental e deixava lá.".
Quem nunca tentou controlar a vida? E tentar ajustar agendas, famílias e a si mesmo para evitar estresse? Eu mesma já disse a frase “melhor fazer isso para evitar a fadiga". Leia fadiga como algum conflito que não queria lidar e muito menos me impor. Até que a bomba explode.
“Os primeiros meses da pandemia, no entanto, demoliram tudo isso. (…) Redescobri todas as questões mal resolvidas que tinha escondido.”.
É essa “demolição” e a reconstrução que levam o livro a existir. Tudo começa com seu medo do que virá, sem entender como os americanos elegeram Donald Trump e como irão sobreviver a pandemia nesse contexto. Michelle se diz otimista, crente nas pessoas e nos dias melhores, assim como eu, e por isso, sentir o que sentiu a assustou. Mal sabia ela que era só o começo da demolição. Um evento desse tamanho parece mexer “só” com sentimentos sociais, mas, sorrateiramente, ele vai desestruturando tudo que você tinha como “resolvido".
A leitura é sobre sua busca para reencontrar a esperança no mundo em estado de caos (justamente nosso tema de janeiro, no clube, por coincidência). Como Michelle é uma escritora de peito aberto, passa por histórias pessoais da sua família de origem, por como lida com amizades, como fazer amigos quando adultos, ferramentas de autocuidado, maternidade, casamento, trabalho e autoestima. A leitura flui como uma conversa.
Me identifico com muitos pontos dela, a entendo em muitas falas, como essa:
“É bem intimidante caminhar por um lugar e não ver ninguém parecido conosco. (…) Os prédios onde você passa os dias são todos batizados em homenagem a homens brancos. (…) Me concentrava no que eu supunha que os outros pensassem: lá vai a menina negra procurando lugar para sentar.” - esse trecho relata sua experiência como estudante na Universidade de Princeton, uma das oito listadas na Ivy League, sinônimo de excelência universitária americana.
Quando li o Minha história (2018), seu primeiro livro, senti o mesmo. Ler uma negra contemporânea, ainda que de um local completamente diferente e de um tom de pele miscigenado, falando sobre coisas que, na minha bolha, só eu e poucos amigos conseguiriam viver foi como abrir uma estrada na minha mente. Se você for branco (a), não se engane ou se aproveite disso, para fugir da leitura. É exatamente para isso que ela serve. É necessário saber que uma mulher, de qualquer raça, tem dores semelhantes às suas e outras diferentes, assim como qualquer outra amiga de seu convívio.
“Pouca coisa vai acontecer se nos isolarmos dentro dos nossos próprios bolsões de semelhança, comungarmos apenas com outros que compartilham exatamente da nossas opiniões, falarmos mais do que escutamos. (…) Não podemos nos safar apenas com palavras.”
Estava passeando na livraria, numa das noites de matar saudades em Recife, quando me deparei com o livro. Comprei e comecei a ler no café, na mesma hora. Arrebatou minha virada de ano. A tradução do título não faz jus ao que entrega. Em inglês é The light we carry (A luz que carregamos, em tradução livre). Melhor assim, uma leitura que acende a luz.
Nossa luz interior
Editora: Objetiva
256 páginas (na versão impressa)
2.Fotografias da realidade: depois que passamos a ler notícias no digital, ainda mais em newsletters no e-mail, as imagens que retratam a cena cotidiana foram perdendo espaço. Acredito que a realidade ganha outro patamar no nosso cérebro quando temos, junto com as palavras, um apanhado visual da situação. Apenas ler sobre a calamidade dos povos indígenas, especialmente os ianomâmis, já nos dá calafrios, mas olhar para uma fotografia da pessoa em sofrimento respalda a indignação, sentimento tão importante para mudanças reais.
Por isso, a minha sugestão é você abrir um jornal virtual ou site de notícias e observar as imagens como se estivesse em uma exposição no museu. Além de valorizar e apreciar o trabalho artístico do repórter fotográfico, saímos do automático de saber notícias apenas pelas chamadas anunciadas em redes sociais. Eu adoro me informar pela newsletter do Meio (já indiquei e indico novamente), mas lá também é só texto e tem coisas que precisamos ver para crer. De tempos em tempos, abro os portais e jornais e mergulho no que as imagens estão me dizendo. A escolha imagética do veículo também diz o que ele está induzindo e tentando comunicar nas entrelinhas.
Lembrando que nem sempre as imagens ou notícias são de situações de calamidade ou negativas. Estamos acostumados a associar jornal a tragédia, eu sei. Caso seu estômago seja sensível para algumas cenas, lembre-se que também existe as sessões de arte, esportes, saúde, tecnologia, entre outras.
Neste link tem as imagens mais impressionantes do prêmio World Press Photo em 2017. E aqui as mais incríveis da categoria natureza em 2022.
Esta sessão é uma novidade de 2023. Agora, na quarta segunda-feira do mês teremos o podcast que é um papo com convidados especiais. Além disso, as dicas do mês vem também neste e-mail com o nome “tempo para arte”. Nesta parte, o repertório poderá ter filmes, livros, séries, exposições, passeios. O fixo é que será sempre até 2 opções. :)
Gostaram desse formato?
Rápido e Rasteiro
Vai ter uma festa/ que eu vou dançar/ até o sapato pedir pra parar.
aí eu paro/ tiro o sapato/ e danço o resto da vida, do poeta brasileiro Chacal.
Uma semana com dança para nós,
beijos,
Gabi
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