Eu me mudei para o Canadá recentemente. Por mais que eu sinta muita falta do Brasil, dos meus amigos, de sentar num bar e ter papos cabeçudos, ao mesmo tempo eu sinto um alívio com o distanciamento (das tretas, das polêmicas). Eu sinto esse descanso que vc fala no texto. Aqui, como tudo ainda é meio novo, eu ainda tô descobrindo como viver nesse lugar e num idioma diferente, eu me sinto meio como uma criança. Fico deslumbrada, sorrio com frequêcia, me animo de verdade com as coisas. É um sentimento bom sabe? Por mais que seja desafiante imigrar e a questão da identidade se perde um pouco, é muito empolgante.
Engraçado que anda difícil ter essa paz até onde deveria ser um ponto de fuga - o futebol enquanto mero torcedor, no meu caso. Parece que um mero chute errado, nem precisa ser uma derrota, já é motivo para caos, choro e ranger de dentes. Joguei até um projeto pessoal para sétimo plano por estar cansado dessa tretadependência. Ótimo texto, Gabi.
Me peguei reletindo sobre algo parecido há pouco tempo. Sinto falta da sensação de estar assistindo algo, ou lendo algo, puramente pelo prazer que aquilo me traz. Sem porquês, sem precisar criar uma reflexão depois, sem precisar explicar do que gostei e do que não gostei. A última vez que consegui ler algo que me transportou para a terra do encantamento, foi com o livro "O Filho de Mil Homens" do Valter Hugo Mae. As pautas externas são importantes, necessárias e muito bem-vindas, mas quando elas só chegam aos montes, acho que deixa tudo cansativo.
Que bom que conseguiu se dar esse descanso, Gabi! Tenho também procurado me ouvir e acolher mais, mesmo que isso pareça alienação para outros (que outros, afinal?!). Minha prioridade é cada vez mais minha saúde mental, visto que eu sou a que mais posso cuidar e preservar ela, tenho me dado liberdade em escolher onde estar física e psiquicamente.
Me afastei das redes justamente por esses motivos. Sempre uma treta, uma necessidade de se manifestar sobre algum absurdo ou tragédia ocorrida. Eu cansei, eu não quero. Tem gente que diz que isso é se alienar. Eu acho que seguir a cartilha das redes, que promove o ódio para lucrar é bem mais complicado.
Estou bem passando a semana fora do instagram, sem me manifestar sobre a última treta do BBB ou o genocídio palestino.
Eu estou num grupo de whatsapp em que amo as pessoas, mas cada dia menos tenho vontade de trocar exatamente por isso. Parece que estamos pregando pra convertidos, todo mundo se queixa da dificuldade que é dialogar com quem tá "fora", e isso parece aliviar momentaneamente as pessoas... a mim tem soado pedante.
E também achei terrivelmente chatos todas as falas de Barbie, difícil mesmo. Alguns amigos "menos letrados" no tema, disseram que foi super importante para a reflexão, então deve ter algum valor.
Esse tema acabou se tornando sem querer, o assunto principal de uma conversa dia desses. Não se sentir no direito de descansar ( como se existisse um script de realizações necessárias na vida para se dar o direito de).
Estamos profundamente adoecidos e pior, não faço ideia de como podemos sair dessa....
Eu me mudei para o Canadá recentemente. Por mais que eu sinta muita falta do Brasil, dos meus amigos, de sentar num bar e ter papos cabeçudos, ao mesmo tempo eu sinto um alívio com o distanciamento (das tretas, das polêmicas). Eu sinto esse descanso que vc fala no texto. Aqui, como tudo ainda é meio novo, eu ainda tô descobrindo como viver nesse lugar e num idioma diferente, eu me sinto meio como uma criança. Fico deslumbrada, sorrio com frequêcia, me animo de verdade com as coisas. É um sentimento bom sabe? Por mais que seja desafiante imigrar e a questão da identidade se perde um pouco, é muito empolgante.
Gabi, também li Oração para desaparecer em janeiro e foi uma coisa boa!
Engraçado que anda difícil ter essa paz até onde deveria ser um ponto de fuga - o futebol enquanto mero torcedor, no meu caso. Parece que um mero chute errado, nem precisa ser uma derrota, já é motivo para caos, choro e ranger de dentes. Joguei até um projeto pessoal para sétimo plano por estar cansado dessa tretadependência. Ótimo texto, Gabi.
Fica bem e descansa. ❤️❤️❤️❤️
Me peguei reletindo sobre algo parecido há pouco tempo. Sinto falta da sensação de estar assistindo algo, ou lendo algo, puramente pelo prazer que aquilo me traz. Sem porquês, sem precisar criar uma reflexão depois, sem precisar explicar do que gostei e do que não gostei. A última vez que consegui ler algo que me transportou para a terra do encantamento, foi com o livro "O Filho de Mil Homens" do Valter Hugo Mae. As pautas externas são importantes, necessárias e muito bem-vindas, mas quando elas só chegam aos montes, acho que deixa tudo cansativo.
Senti o mesmo assistindo Barbie.
Abraço, adorei o texto!
Eu particularmente estou longe das tretas tem é tempo, me escondi nos desenhos que rabisco em todo o canto e em jogos que nunca terminam
Nss esta postagem representa mt o que eu venho reletindo nos ultimos tempos!! Adorei
Que bom que conseguiu se dar esse descanso, Gabi! Tenho também procurado me ouvir e acolher mais, mesmo que isso pareça alienação para outros (que outros, afinal?!). Minha prioridade é cada vez mais minha saúde mental, visto que eu sou a que mais posso cuidar e preservar ela, tenho me dado liberdade em escolher onde estar física e psiquicamente.
Me afastei das redes justamente por esses motivos. Sempre uma treta, uma necessidade de se manifestar sobre algum absurdo ou tragédia ocorrida. Eu cansei, eu não quero. Tem gente que diz que isso é se alienar. Eu acho que seguir a cartilha das redes, que promove o ódio para lucrar é bem mais complicado.
Estou bem passando a semana fora do instagram, sem me manifestar sobre a última treta do BBB ou o genocídio palestino.
Obrigada pelo texto.
Beijos.
Acabei de assistir à O Mundo depois de Nós e o final me fez lembrar teu texto.
Eu estou num grupo de whatsapp em que amo as pessoas, mas cada dia menos tenho vontade de trocar exatamente por isso. Parece que estamos pregando pra convertidos, todo mundo se queixa da dificuldade que é dialogar com quem tá "fora", e isso parece aliviar momentaneamente as pessoas... a mim tem soado pedante.
E também achei terrivelmente chatos todas as falas de Barbie, difícil mesmo. Alguns amigos "menos letrados" no tema, disseram que foi super importante para a reflexão, então deve ter algum valor.
Esse tema acabou se tornando sem querer, o assunto principal de uma conversa dia desses. Não se sentir no direito de descansar ( como se existisse um script de realizações necessárias na vida para se dar o direito de).
Estamos profundamente adoecidos e pior, não faço ideia de como podemos sair dessa....