Escrevo desde os tempos dos diários. O meu era cor de rosa, tinha capa de pelúcia, e eu ganhei em alguma data especial nos meus 12 anos. Um ano depois, fiz um texto sobre minha mãe e mostrei na escola, colocaram em um mural para celebrar o Dia das Mães. Não sabia, mas tinha começado ali a trajetória de contar sobre o mundo que eu habitava através das minhas pessoas, da minha própria vivência, da minha pele. Amo e amava a escrita, a fala, a vida cotidiana e a pesquisa. Cursei jornalismo, como não poderia deixar de ser.
Comecei a publicar de forma independente ainda na faculdade, entre 2008 e 2009. Era a época dos blogs e eu embarquei onde parecia ser uma ótima plataforma de portfólio. E foi. Consegui muitos trabalhos através do meu falecido gabialbuquerque.com. O levei no braço até 2012 e foi com essa experiência que aprendi a me editar, a pensar nas pautas, nas imagens e no público leitor. Sempre redatora, variando a mídia - redes sociais, sites, releases, jornais impressos locais -, falei sobre um tudo, em trabalhos freelancers, como uma boa jornalista deve fazer: política, moda, organizações não governamentais, gastronomia e por aí vai.

Em 2013 desviei a rota. Fui pega por um perrengue de saúde que durou mais do que o imaginado. Descobri uma sensibilidade não celíaca ao glúten - isso mesmo, não como glúten há doze anos - e intolerância a lactose; o diagnóstico demorado me fez ter a flora intestinal de um bebê com cardápio de adulta. Não foi fácil. Você sabia que o intestino é nosso segundo cérebro? Não é de surpreender que naquela fase eu tenha passado por ansiedade, tristeza profunda, pânico… Foi preciso repensar a vida através de muita terapia, tratamentos médicos e tratamentos alternativos. Assim surgiu um novo caminho, não sem deixar de escrever.
Criei uma marca de comidas sem glúten e sem lactose, a Paladar e afeto, lá em Recife, onde ainda morava, e comecei a pesquisar sobre bem estar e saúde mental. Fiz cursos, estudei muito, escrevia sobre o assunto nas redes sociais do meu negócio e em um blog, criado por mim, chamado Aventuras do paladar. Foi bom enquanto durou. Descobri que cozinhar é meu hobby e lazer, não trabalho.
Na segunda repaginada de carreira, em 2017, trabalhei com consultoria de carreira focada em bem estar e equilíbrio através do planejamento do tempo. Escrevi e-books para empresas e para alunos dos meus workshops. Dei aulas em ambientes corporativos como para a BASF (2020), o Instituto JCPM (2018), entre outros. Montei projetos especiais. Fiz palestras. Guiei meditação. Conclui com uma pós graduação em bem estar na PUC-RS.
Aí veio a pandemia, mais precisamente a persistência dela, em 2021, e reencontrei a escrita como caminho. Antes de estarmos todos trancados em casa, eu até já tinha pensado no nome Tempo para você pensando em um projeto voltado para leitores. Só não sabia muito bem qual ferramenta iria usar ou como aplicar. A resposta veio quando, com o projeto de conclusão da pós sobre esperança, me inscrevi em um curso de escrita para ter um suporte na produção do texto. Conclui a meta feliz e com a ideia, muito estimulada por minha professora, de fazer da Tempo uma newsletter e aqui estamos desde 2022.
importante: em 2025 estou me tornando mãe. Provavelmente terei bebê em maio. Por isso, o ritmo aqui está outro. Até 2024 os envios eram semanais, programados e estruturados. Mas, por uma escolha familiar e também corporal, este ano estamos mais fluidos e com envios mais espaçados. Estou vivendo a fase que é única e especial de forma mais dedicada. Aos poucos, vamos ajustando meus dois eus: materno e profissional. Agradeço a compreensão. :)
Uma newsletter sobre a vida e seus sabores e dessabores. Aqui trago ensaios e crônicas que atravessam o corpo, a literatura, o cotidiano, a História, o ser, a incoerência da nossa existência, a vida. A Tempo é para refletir e também respirar; ambos por vezes aliviam e por vezes doem.

Os temas que me percorrem se explicam na minha biografia. Me vejo como uma forasteira. Não só nas cidades onde marco morada, mas também no social, no temporal, na minha existência e raça. É um não lugar, mas também é um cruzamento. Nasci em 1988, em um município chamado Camaragibe, na região metropolitana de Recife, em uma família miscigenada de pretos, brancos e indígenas. Lá morei em três casas diferentes mesmo permanecendo apenas até os nove anos. Mudança era e é algo que me acompanha. Troquei de município mais duas vezes. Cheguei ao Recife aos 15 anos e foi onde me tornei mais eu, assim me considero recifense com um pé no mundo. Em meados de 2021, junto com meu marido, passamos uma boa temporada em São Paulo/SP e desde 2023 moramos no Rio de Janeiro/RJ. Com este olhar, classifico o que escrevo de: autobiografia social, é sobre o eu, mas também sobre todos.
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