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Ainda escrevo cartões de papel no Natal. Para meu marido é regra e não só no fim do ano. Para amigos, precisei abrir espaço para as tecnologias porque moramos em partes diferentes do Brasil e do mundo - acho isso bonito e saudoso ao mesmo tempo -, então os escrevo e-mails ou mensagens longas. Minha melhor forma de presentear é com palavras. Não porque trabalho com elas, mas por ser como melhor expresso minha gratidão, admiração e sentimentos. Amo as receber também. É muito especial quando alguém para uns minutos para te escrever um bilhete que seja. Afinal, a escrita pede tempo, presença e harmonização de ideias e pensamentos.
Foi escrevendo um desses cartões, para uma amiga, submersa na minha mente, que me veio uma frase sobre mim. Às vezes falar para o outro tem disso. A conversa escrita conta histórias, que o diga os livros de coletânea de cartas de outrora, e dá nomes às nossas sensações.
A escrevi: não temos mais idade para nos deixar para depois. Não porque vivo o pavor da velhice ou por me considerar velha. Mas por consciência de que o tempo urge. Em abril de 2022, publiquei no Instagram:
“O tempo não parou enquanto a vida não passava.
O fato é que esse tempo passou mesmo quando tudo estava meio parado e não me dei conta de que farei 34 anos. Erro minha idade com frequência. Assim como o ano que estamos.”, leia completo aqui. Era um relato sobre a pandemia, os anos voando e a gente inerte.
Por aqui, esse estado vaporizado - como traduzo a vida que ocorreu na pandemia - me colocou em um lugar muito bem conhecido, o da super cuidadora. Não me abandonei como em outras épocas, mas também não priorizei meus desejos. Era menos doloroso cuidar dos outros do que viver a frustração do período. Na verdade, não tive coragem nem de desejar. O medo que a pandemia me trouxe foi esse: o de querer. Como doeu esse receio.
A escrita, desta newsletter e de outros projetos, a leitura, a arte, o encontro com pessoas especiais e generosas, foram me tirando do esconderijo com essa percepção de passagem da vida. No final de 2022, estava me tornando água de novo, querendo fluir por aí cheia de medos, pedras no fundo, alguma pressa e quereres.
“Você tem coragem para desejar o seu desejo?”, pergunta que a astróloga Amanda Rodrigues, do astrodica, postou e que causou uma tsunami por aqui.
O banho de mar e o cartão para minha amiga, que também foi para mim, fecharam o ciclo. Em 2023, primeiro eu.
Adoro o Silva, findei 2022 e entrei em 2023 com a playlist do Bloco do Silva (versão nova) e essa música me deixa dançar.
Estou desejante deste show por sinal, mas infelizmente a data em sp é no dia seguinte do show de Emicida e não tenho mais tamanho pique. Que a agenda dele expanda, tenhamos fé.
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Este mês tem 5 semanas, mas a primeira foi de recesso, então seguiremos na programação normal. Dia 16 tem ensaio para refletir, dia 23 tem para se informar e dia 30 nossa estreia em áudio/podcast.
Falar em estreia, começaremos com um papo com o psicólogo Lula de Oliveira sobre esperança e recomeço quando o mar não está para peixe.
Vai ser nesse dia de áudio que irei partilhar uma ou duas resenhas curtas com vocês. Livros, filmes, documentários ou exposições de arte. Não quero encher vocês de links em 2023. A curadoria será seleta.
Esperança também é o tema do Clube Tempo para você em janeiro. Já assinou? Confere aqui as informações e vem participar dessa conversa boa que mistura bem viver, sociedade, literatura e arte. Neste mês, o encontro será dia 29/01.
Não posso deixar de registrar minha indignação ao que aconteceu ontem em Brasília, capital do Brasil, com os atos de terrorismo dos defensores da ditadura e do ex-presidente. Infelizmente, as imagens do domingo norteiam a nossa semana e pedem força para a democracia. Este post, para mim, diz muito:
Desejo um 2023 de coragem, alegria, amor e saúde para nós. Paz para o nosso país. E que você esteja em destaque no seu ano, nos seus cadernos, nas suas metas e no seu tempo. Afinal, ninguém tem idade para se adiar, seja lá em qual ano esteja.
Um beijo,
feliz ano novo e seguiremos juntos,
Gabi.
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Não tenho idade para me deixar para depois
ansiosa para esse áudio do fim do mês! :)
tuas palavras sempre fazem revoluções aqui.
hoje vou ficar com essas.
Obrigada, amiga! <3