Gabi, assisti ao filme A Baleia ontem e passei a sessão inteira na angústia exatamente para que ele aceitasse ajuda – ainda com toda a questão por trás da saúde dos Estados Unidos, que fica latente na história, e eu acho revoltante. Fiquei assustada com o dado de quase 10% dos americanos viverem nesta condição, não tinha ideia. Encontrei mais uma reflexão importante aqui, o limite entre pedir/aceitar ajuda e o privilégio de ter como/a quem pedir... :-(
Recebi muitos relatos nesse texto sobre a quem pedir ajuda e os privilégios em volta disso. Fiquei pensando nisso e estudando sobre, talvez vire uma próxima pauta. Li um livro de ficção que aborda isso e vou indicar aqui na news de amanhã. Vai além do pedir ajuda na hora da crise, né? E depois? Como convive? Infelizmente para nossa sociedade e vida, ainda tenho muitas pautas sobre saúde mental para tratar.
Muito legal trazer esse tema Gabi. Infelizmente para além do preconceito para tratamento de doenças psicológicas tem a questão do acesso também, grande parte da população brasileira depende deste atendimento pelo SUS e ele ainda está muito longe de ser o ideal (são sessões limitadas, tempo limitado e lista de espera longa). Mas para além disso é interessante analisar que, sejam em países ricos ou não a raiz destes distúrbios é o capital e sua estrutura que nós leva ao adoecimento. Fico com uma pergunta na cabeça: Tem como sermos realmente saudáveis dentro deste sistema? (A problematizadora hahaha)
Ana, estou para escrever sobre isso do SUS e saúde mental, ainda em pesquisas e buscando o tom. Mas, é algo que muito preocupa. Precisa problematizar mesmo hahaha. Não acho que seremos puramente saudáveis, talvez em nenhum sistema, porque essa me parece que tanto sofrer quando ser feliz são marcas humanas. Não falo isso, jamais, como defesa da existência do opressor, é mais interno mesmo. O que acho que podemos buscar é ser saudável dentro das nossas condições, do que é possível, sem deixar de problematizar e buscar sempre as garantias e direitos públicos. Afinal, já basta nossas próprias tretas. Beijos! (adoro nossos papos via comentários haha)
É um assunto um tanto quanto complexo e profundo porque envolve organização social, cultura etc etc etc e eu adoro conversar sobre esse tanto de coisa..
Ps: também adoro esses papo nos comentários, não atoa, amo publicar minha newsletter, exatamente por essas trocas tão boas que surgem no pós texto...🥰
"Na rotina acelerada em que estamos é corriqueiro deixar passar sintomas na fase inicial."
Nossa, como isso é verdade! Sou muito parte das estatísticas e só tive diagnóstico de depressão investigando meu intestino, e hoje sei que "lidei" com a situação muito além do aceitável.
Hoje coordeno uma equipe de saúde mental para tentar convencer os colegas do meu trabalho a buscarem o tratamento adequado, esbarramos em muita resistência a fazer psicoterapia e vontade das pessoas de tratarem a saúde mental apenas com medicação...
Adorei as fontes e vou discutir também aqui no grupo de trabalho :)
Thaís, fico feliz de ter pessoas como você espalhando isso no ambiente de trabalho; é nele que mora muitos dos nossos problemas atuais. Obrigada pelo comentário. É muito importante para mim saber disso. Um beijo
Fui voluntária do CVV durante um tempo e é assustador o número de ligações de pessoas que estavam passando por momentos de dificuldade e tristeza, mas não tinham com quem falar. Essas pessoas conseguiam desabafar, de fato, ali comigo ao telefone (uma completa desconhecida), porque não tinham acolhimento e compreensão dentro de casa. Muito difícil isso. Acho que falta tanta tanta informação sobre saúde mental, vejo isso mais na minha "bolha", mas não vejo tanto nas redes de comunicação em massa, que atingem grandes públicos. E acho que falta uma fala direta, e não apenas encenada em novelas. Enfim, muito importante a sua reflexão. Obrigada!
Júnnia, muito obrigada. Bom saber dessa sua experiência. Imagino o quanto seja difícil para a maioria das pessoas; até nós, informados, sentimos, imagino quem não é ou quem não família informada. Seu comentário me fez pensar: estou no caminho certo. Grata! Um abraço
Seu texto veio em um momento muito importante para mim. Depois de muito sofrer, enfim, tive a ousadia de pedir ajuda. Primeiro pedi ajuda aos meus pais e não encontrei o acolhimento que buscava mas ainda assim foi importante porque finalmente consegui reunir a coragem de pedir ajuda e nossa, como foi difícil pedir ajuda. Também foi frustrante ouvir negativas que eu não esperava, mas ainda assim importante para eu saber que aquele não era um caminho possível e acho que consegui manter esse movimento. Conversei muito com minha esposa e ela me ajudou muito, juntos decidimos que vou pedir demissão e tirar um tempo para cuidar de mim, coisa que não faço há muito tempo por vergonha e medo de muitas coisas, inclusive de pedir ajuda.
Eduardo, sinto muito, antes de tudo, por você estar passando por isso e por vivermos um mercado que nos leva a adoecer. Que bom que você encontrou pra quem dar a mão em casa. Se cuida, respira, recomendo terapia, atividade física e lazer. Um abraço!
Gabi, assisti ao filme A Baleia ontem e passei a sessão inteira na angústia exatamente para que ele aceitasse ajuda – ainda com toda a questão por trás da saúde dos Estados Unidos, que fica latente na história, e eu acho revoltante. Fiquei assustada com o dado de quase 10% dos americanos viverem nesta condição, não tinha ideia. Encontrei mais uma reflexão importante aqui, o limite entre pedir/aceitar ajuda e o privilégio de ter como/a quem pedir... :-(
Recebi muitos relatos nesse texto sobre a quem pedir ajuda e os privilégios em volta disso. Fiquei pensando nisso e estudando sobre, talvez vire uma próxima pauta. Li um livro de ficção que aborda isso e vou indicar aqui na news de amanhã. Vai além do pedir ajuda na hora da crise, né? E depois? Como convive? Infelizmente para nossa sociedade e vida, ainda tenho muitas pautas sobre saúde mental para tratar.
Muito legal trazer esse tema Gabi. Infelizmente para além do preconceito para tratamento de doenças psicológicas tem a questão do acesso também, grande parte da população brasileira depende deste atendimento pelo SUS e ele ainda está muito longe de ser o ideal (são sessões limitadas, tempo limitado e lista de espera longa). Mas para além disso é interessante analisar que, sejam em países ricos ou não a raiz destes distúrbios é o capital e sua estrutura que nós leva ao adoecimento. Fico com uma pergunta na cabeça: Tem como sermos realmente saudáveis dentro deste sistema? (A problematizadora hahaha)
Ana, estou para escrever sobre isso do SUS e saúde mental, ainda em pesquisas e buscando o tom. Mas, é algo que muito preocupa. Precisa problematizar mesmo hahaha. Não acho que seremos puramente saudáveis, talvez em nenhum sistema, porque essa me parece que tanto sofrer quando ser feliz são marcas humanas. Não falo isso, jamais, como defesa da existência do opressor, é mais interno mesmo. O que acho que podemos buscar é ser saudável dentro das nossas condições, do que é possível, sem deixar de problematizar e buscar sempre as garantias e direitos públicos. Afinal, já basta nossas próprias tretas. Beijos! (adoro nossos papos via comentários haha)
É um assunto um tanto quanto complexo e profundo porque envolve organização social, cultura etc etc etc e eu adoro conversar sobre esse tanto de coisa..
Ps: também adoro esses papo nos comentários, não atoa, amo publicar minha newsletter, exatamente por essas trocas tão boas que surgem no pós texto...🥰
"Na rotina acelerada em que estamos é corriqueiro deixar passar sintomas na fase inicial."
Nossa, como isso é verdade! Sou muito parte das estatísticas e só tive diagnóstico de depressão investigando meu intestino, e hoje sei que "lidei" com a situação muito além do aceitável.
Hoje coordeno uma equipe de saúde mental para tentar convencer os colegas do meu trabalho a buscarem o tratamento adequado, esbarramos em muita resistência a fazer psicoterapia e vontade das pessoas de tratarem a saúde mental apenas com medicação...
Adorei as fontes e vou discutir também aqui no grupo de trabalho :)
Thaís, fico feliz de ter pessoas como você espalhando isso no ambiente de trabalho; é nele que mora muitos dos nossos problemas atuais. Obrigada pelo comentário. É muito importante para mim saber disso. Um beijo
Que ótimo texto, Gabi!
Fui voluntária do CVV durante um tempo e é assustador o número de ligações de pessoas que estavam passando por momentos de dificuldade e tristeza, mas não tinham com quem falar. Essas pessoas conseguiam desabafar, de fato, ali comigo ao telefone (uma completa desconhecida), porque não tinham acolhimento e compreensão dentro de casa. Muito difícil isso. Acho que falta tanta tanta informação sobre saúde mental, vejo isso mais na minha "bolha", mas não vejo tanto nas redes de comunicação em massa, que atingem grandes públicos. E acho que falta uma fala direta, e não apenas encenada em novelas. Enfim, muito importante a sua reflexão. Obrigada!
Júnnia, muito obrigada. Bom saber dessa sua experiência. Imagino o quanto seja difícil para a maioria das pessoas; até nós, informados, sentimos, imagino quem não é ou quem não família informada. Seu comentário me fez pensar: estou no caminho certo. Grata! Um abraço
Seu texto veio em um momento muito importante para mim. Depois de muito sofrer, enfim, tive a ousadia de pedir ajuda. Primeiro pedi ajuda aos meus pais e não encontrei o acolhimento que buscava mas ainda assim foi importante porque finalmente consegui reunir a coragem de pedir ajuda e nossa, como foi difícil pedir ajuda. Também foi frustrante ouvir negativas que eu não esperava, mas ainda assim importante para eu saber que aquele não era um caminho possível e acho que consegui manter esse movimento. Conversei muito com minha esposa e ela me ajudou muito, juntos decidimos que vou pedir demissão e tirar um tempo para cuidar de mim, coisa que não faço há muito tempo por vergonha e medo de muitas coisas, inclusive de pedir ajuda.
Eduardo, sinto muito, antes de tudo, por você estar passando por isso e por vivermos um mercado que nos leva a adoecer. Que bom que você encontrou pra quem dar a mão em casa. Se cuida, respira, recomendo terapia, atividade física e lazer. Um abraço!