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#2 Querido trabalho,
"se tá com medo, vai com medo mesmo" ou "na falta de opção, apenas foi"
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minha ideia de recomeçar e procurar novos caminhos pra você enquanto minha vida passa por mudanças pode ter causado uma certa bagunça interna. Tem sido desafiador dar alguns passos, adio o máximo o que posso por sentir medo.
Quem assiste meus stories com imagens de cafés e amigos novos ou até quem conversa comigo em situações sociais não faz ideia de quanta energia estou demandando para essa função. Não é que eu não ame encontros, trocas e conhecer gente interessante - sou boa de filtro, as ocasiões mais desconfortáveis são raras. Eu gosto de novidade. Gosto mais ainda de sentir que estou no caminho para realizações minhas, só minhas.
Por isso, estou lutando bravamente contra o adiamento de conclusões de escritos. Listei tudo que preciso ler e quanto preciso escrever por dia no meu livro. Tremo só de escrever “meu livro”. É sobre esperança. Olha que coisa! Enquanto a persigo, a escrevo. Pois bem, está mais organizado esta semana.
Mas, o medo ainda me acompanha. A timidez. A insegurança. No texto, sinto não estar inteligente o suficiente. Depois acho incoerente, como uma colcha de retalhos. Mesmo que colegas já tenham lido trechos e apoiado. Tem dias bons também, releio e tenho orgulho de mim. Uma montanha russa de sentimentos da qual não se pede para descer.
Já nos encontros com pessoas reais, prevejo rejeição, falas erradas, construções de diálogos tenebrosos porque não sou muito boa de improviso (eu acho). Imagino as outras pessoas pensando “quem ela pensa que é?”. Analiso o que fiz de errado se uma conexão não dá liga, afinal a culpa sempre é minha.
Escrever é uma atividade solitária e até gosto disso. Mas, publicar já diz a que veio no nome: é sobre público. Digitar mil palavras e permanecer na bolha não vai me satisfazer. Tem quem faça isso e trabalhe com outra coisa, tudo bem. Não é meu caso, nem meu desejo. Eu quero meu nome na assinatura. Quero existir. E isso vai além de mim, é ancestral.
Não estou dizendo que quero que você me dê um sucesso estrondoso de público enorme. Não é sobre isso. Falei sobre o público para explicar o medo e não o desejo. Esse ofício não me dá a opção de ficar na concha fechada. Repito que gosto das pessoas.
Só que quando tudo é novo e você, no caso eu, é a pessoa novata, o papel de furar a bolha é seu. Sou eu que preciso ir em busca, marcar coisas, enviar e-mails, pedir contatos. É um esforço tremendo para mim. A cada passo, vai ficando um pouco mais simples, o que não significa fácil. Meu coração se alegra quando alguém me abre os braços, esses momentos são valiosos e essas pessoas ficarão sempre no meu peito.
E olha, nem é só sobre você exatamente. Como estou numa cidade nova, também preciso disso para amizades e até para saber qual supermercado faz sentido nas nossas contas. Tudo tem me exigido sair do lugar comum. Comemoro a cada coisinha feita.
Confesso, no entanto, que estou cansada. Meu corpo dá os sinais. Senti dor de cabeça, tensão muscular, energia meio em baixa. Reencontro o sentimento que é a mistura de alegria, ansiedade e cansaço. Torna tudo muito confuso e a plenitude do êxtase não é sentida como um todo.
E eu sei que parte desse cansaço e dessas dores são desgastes causados apenas pelo medo de algo que sequer aconteceu. Ou melhor, até acontece uma chateação aqui e ali, mas quem nunca, né?!
Descanso e sigo em frente. Não há qualquer espaço para desistir quando se trata dos sonhos.
{batendo o cartão}
Até!
#2 Querido trabalho,
Ahhhh, como é bom te ler e saber que incomodos meus não são só meus.
Amiga, um livro! Já quero!
Curiosa com esse livro e os processos
Conta comigo pro que precisar, viu?
Escrever e publicar é uma delícia (mas não é fácil).
beijocas