Nossa vida tem girado em torno de conteúdo, seja ele produzido por alguém com formação ou intenção para tal seja por sua prima postando as férias da família. Sempre haverá stories para acompanhar. Fora os e-mails sem fim, a maioria com a propaganda de algo para comprar. Com isso, repetimos aos montes: é muita informação!
E mesmo com esse volume todo, às vezes me vejo girando os stories do Instagram e me perdendo naquele mundo ao invés de lendo um livro. Você também? Espero que sim pois não quero ser sozinha nesse bloco. Mesmo amando livros, caio nessas e me frustro por isso. E o pior… Como sigo pessoas que também gostam de ler, chego em dicas de mais livros que não abro porque estou abstraindo a realidade na tela do celular. Seria mais útil a abstração no livro, sem dúvidas. Ou não, nem sempre o útil é de fato útil.
Foto: Natuza Tuz
Por causa desse volume de utilidades e inutilidades que estamos acessando nestes tempos e dos meus próprios dilemas de consumo, decidi não trazer dicas toda semana por aqui (estou certa?). Ainda que, de forma indireta, acabe citando uma leitura, filme ou música nos textos. Essas citações não lembram em nada o "compre batommmm", lembra dessa propaganda? É dos tempos pré #publipost, do chocolate Batom Garoto (Google it).
Mas, apesar de não ser semanal, ainda trarei dicas e sugestões porque no meio desse palheiro de informações (e notícias ruins), temos bons conteúdos, bons livros, boas músicas, boas pessoas. O movimento das recomendações nos ajuda a chegar nessas partes boas de se viver. Liliane Prata, filósofa e jornalista, outro dia falou no seu instagram (ótimo perfil, por sinal) que a vida é de fato árdua, mas vale a pena. E eu concordo. Por isso, mesmo sem conseguir abrir todos os livros indicados e sem assistir todos os filmes fantásticos, anoto (e sigo várias) as sugestões de quem acompanho por aí. Porque se tem tanta coisa tão boa no mundo que eu sequer dou conta de consumir agora, há de valer mesmo muito a pena viver e muito para ao menos se deleitar com essa produção. Concordam? Ou é só mais uma das minhas saídas de esperançosa tentando ver a luz? haha
Então, segue as sugestões para vocês se informarem sobre o tema do mês com outras vozes para enriquecer a conversa e umas coisinhas a mais. Os títulos em negrito são clicáveis. :)
Banquete indigesto: matéria super completa sobre o efeito do excesso de informação, independente de ser ruim ou boa, no nosso cérebro e vida. Destaco essa frase: "Ao contrário do que muita gente pensa, não há um limite de informações que podem ser incluídas em nossa mente. "Isso é algo reciclável no cérebro. Não ficamos estocando as informações a todo momento. A forma como a gente as armazena é extremamente plástica, flexível". O que faz mal é tentar assimilar toneladas delas de uma só vez.". Me fez pensar sobre um dilema meu: encontrar um equilíbrio entre querer aprender tudo para ontem e ser mais paciente e compassiva para um aprendizado mais profundo. Tenho sido mais empática comigo nesse aspecto.
Essencialismo, a disciplinada busca por menos: li o livro de Greg McKeown em 2020 e foi como ver um postulado sobre o que penso em relação ao viver com qualidade. Acredito que quanto mais excesso (de tudooo), mais ansiedade, mais medo, mais burnout. Quando a gente para para observar o que realmente quer no meio dessa loucura moderna e buscamos apenas o desejo real, ou seja, o essencial, deixamos de gastar energia com o que a gente se cobra e sequer faz sentido para nós. A leitura é bem prática e tem exercícios úteis se você quiser simplificar sua vida.
Vídeo A pior maneira de perder tempo, dinheiro e energia: falando em simplificar e gastar energia onde não faz sentido, recomendo esse vídeo da Fê Neute. O perfil dela no instagram também é ótimo e sem excesso de conteúdo. Tem 12 minutos e ótimos insights sobre desistir do que não está te fazendo bem, o que está 100% conectado com a filosofia do livro Essencialismo.
De repente 30: o filme é de 2004 e descobrir isso me deu aquela sensação de "Sério? Já passou todo esse tempo?". haha Conta a história de Jenna, personagem de Jennifer Garner, uma menina que odeia ter 13 anos e sua vida pouco social. Para se livrar dessa dor, ela deseja virar adulta. Aí tem toda aquela cena de roteiro americano e ela acorda com 30 anos (não é spoiler). Acho esse filme, apesar de clichê, uma forma leve da gente pensar sobre nossa pressa para "dar tudo certo" e nosso desejo de evitar viver coisas ruins e incômodas. E lembra da música Vienna, no texto passado? Faz parte da trilha. <3 Disponível no Netflix e Amazon.
Na internet todo mundo tem espaço de fala: o episódio do podcast Querida internet traz o terapeuta e escritor Alexandre Coimbra de Amaral para debater sobre rede social e o tempo de tela, além de como ter uma política de boa vizinhança online. “Se vamos falar de uso de tela, temos que pensar que o outro lado não vai falar ‘nossa você tem toda razão’. Não vai ser assim. (…) O debate sobre tempo de tela vai ser sempre tenso, não se resolve em uma rodada e acordos vão ser quebrados. Sejamos honestos conosco para ter tolerância com o outro.”, trecho da fala do Alexandre sobre o momento de conversar sobre o tempo de tela com filhos, parceiros e pessoas de convivência. Já viveu isso aí? Foi você que puxou a conversa ou foi o alvo?
Que a semana seja com bons conteúdos e a gente resista ao espiral das redes.
Um abraço,
Gabi
Gostei muito da sua reflexão e das sugestões de leituras, vídeo e podcast sobre esse tema. Para mim, não é o excesso de informação o problema. Eu tenho sentido falta de aprofundamento, sabe? Temos acesso a mil coisas mas fica nisso mesmo. A troca de ideias, o debate, não acontece. Talvez por eu ser velha kkk não me sinto tal sugada pela internet. Mas me idenfico contigo nessa coisa de querer aprender, ler mais, etc. A internet é ótima para abrir essas portas. O problema é que eu não vejo mais aprofundamento depois de as portas serem abertas. A gente lê um livro e não tem com quem comentar online, tem uma ideia e não consegue expor ela online sem brigas, etc.