Para se cuidar - Aprendendo a ser feliz
A perereca desengonçada, perceber a felicidade, ter esperança e tempo para rir
Tenho refletido sobre o cuidado e seus desdobramentos atuais e tentado encontrar o que de fato é me cuidar no meio deste turbilhão de sugestões e de consumo relacionado. Tem algumas rotinas que tenho clareza sobre o efeito, por exemplo, todos os dias de manhã faço a comida, como e em seguida volto ao quarto para meditar, escrever no meu caderno (um mix de diário com gratidão com papos com universo) e ler um pouco. Esse combo, não tenho dúvidas, me faz bem. Sabe quando tive certeza? Quando não fiz. Até uns 5 dias de ausência não fará mal, eu sei, mas também vai me afastar de mim. Tenho preferido me manter bem perto de quem sou.
Outras coisas ainda estou cambaleando, buscando a dose. Ir a um evento para mim é sair da zona de conforto na socialização… Não preciso me forçar a nada, entendo minha essência e a respeito, mas não quero me isolar na bolha do "tudo como quero" porque isso me levaria a um lugar de menina mimada. Sabe como é? Mas, também não sei ainda o quanto devo abrir para esses desconfortos me fazerem algum bem, serem um cuidado com minha saúde mental. Estou aprendendo e isso também tem sido cuidar: aceitar ser aprendiz da vida porque sempre seremos.
O que me lembra dos compartilhamentos de hoje. Na news Para se cuidar trago dicas e experiências que me fizeram bem e que podem fazer o mesmo por você.
Nessa de ser aprendiz, finalmente tirei da minha lista de metas uma atividade que está lá há anos. Comecei a fazer natação em abril, totalmente iniciante e medrosa. Estou amando porque amo água, mas para além disso, entro em contato com o não saber, com o fazer errado, até ridículo às vezes. Repito para a professora: pareço uma perereca desengonçada. E ela responde: precisa errar para acertar. Estar solta, sem pé no chão, me dá um medo que você não tem ideia, afinal adoro um controle. Já me rendeu até insights para terapia. (Re)Encontrei nesse novo papel, o de aprendiz, o prazer da aventura e de se deixar solta, sem controlar tudo.
Saio da aula feliz e consciente da felicidade, o que me lembrou uma frase da escritora francesa Gabrielle Colette:
"Tive uma vida maravilhosa, só queria ter percebido antes."
Esta frase está no filme que conta a história dela, se chama Colette e tem a maravilhosa Keira Knightley no papel, recomendo! Voltando ao cuidado, a felicidade é uma busca natural do ser humano, mas andamos meio desesperados tentando encontrá-la e de preferência de forma grandiosa. Curiosamente, esta pressão constante nos leva a mais infelicidade. O psicólogo americano Adam Grant, autor de livros como Dar e receber, pesquisou sobre o assunto e diz: "Descobri que as pessoas que estavam em uma luta constante para ter uma lista grande do que agradecer na vida são as menos felizes. (em tradução minha)".
E eu acredito também que com essa busca, nos colocamos sempre no futuro e, por tabela, não percebemos como estamos felizes no momento. O episódio "Felicidade: muitos jeitos possíveis", do podcast Para dar nome às coisas, traz exemplos ótimos para visualizar o ser feliz fora dessa magnitude meio plástica e no “o que tem para hoje”. Parece piegas e talvez até seja, mas é real. Será que esta geração inteira vai chegar ao final falando a frase da Colette? Espero estar dando minha pequena contribuição para que não.
Foto: Daniel Apodaca
Uma coisa super simples que alegra meu dia e até ajuda a lidar com a questão do mundo cheio de notícias ruins é: antes de dormir, eu e meu marido abrimos os perfis de piadas e memes favoritos e passamos um tempo nos atualizando e dando gargalhadas. Chamamos de momento risadinha (desculpa a intimidade exposta, meu amor haha) e salva o juízo, viu?!
E para fechar o mês com o coração quentinho, se ainda não viu, veja a série com cara de reality sobre a família Gil. Em casa com os Gil está disponível na Amazon e nos leva das risadas as lágrimas de emoção. Dá uma esperança ter uma família brasileira partilhando coisas bonitas, conversas entre gerações, diferenças de alimentação e música. Que esta seja a tradicional família brasileira, amém. Consumir conteúdo assim é cuidado com o astral, vai por mim, e nos mostra que a felicidade - sei que nesse caso com muitos privilégios - ainda é um caminho possível e pode andar junto com a busca por dias melhores para todos.
Balanço do mês: minha dose de equilíbrio
Ao invés de por escrito, fiz um balanço do mês em áudio. É um teste para saber se vocês curtem - me contem, por favor - tanto sobre o conteúdo em áudio quanto saber da minha relação com o equilíbrio e a simplicidade no dia a dia real.
Bora?! Dá o play:
O som não é editado profissionalmente, tem os barulhos da moradia paulista perto de avião, mas a ideia é essa: livre, vida real e com cara de audio do whatsapp. haha
Gostaram?
Se cuidem,
um abraço,
Gabi