O quanto da gente é realmente nosso?
O ano do foda-se também é um ano de se bancar... e dá um trabalho
A esta altura boa parte do meu círculo social já está sabendo que minha última sessão de terapia de 2023 foi catártica. Tão avassaladora que enfio em conversas quase um mês depois. Tento me conter, eu juro! No fim das contas, comento até menos do que falaria porque aqui dentro está um maremoto sem ares de fim. Acho ótimo. A ideia é revirar mesmo.
Pois bem, dito isso, naquela sessão, chegamos ao que podemos chamar de "ano do foda-se". Ou seja, o esperado momento da maturidade em que decidimos ignorar o julgamento alheio. Estabeleci 2024 como o marco inicial, mas na prática, já terminei 2023 nessa toada. Isso significa que repensei muitas coisas. Muitas mesmo. O que realmente gosto? Este lazer é meu mesmo? Quero isso por mim ou por meus pais? Porque o foda-se não se resume a um comportamento infantil de mandar todo mundo a m. e só fazer o que quer.
Quando se está beirando os 36 anos, o filme é outro. Implica em saber o que você quer que se foda. O que não quer mais gastar energia (querer nem sempre é poder aqui). O roteiro é muito mais sobre autenticidade do que sobre ignorar o entorno. Mais uma palavrinha cheia de labirintos nessa linguagem tão viral e internética. Autêntica. Soa esnobe e chique. O resultado talvez seja bem elegante mesmo, mas o processo é trabalhoso e dá dor de cabeça.