Comprei os ingressos para o show sem nem me ater a data. Seis de janeiro de 2024. Não daria tempo nem de um mini descanso da temporada longe de casa, da virada do dia 31 (um “sufoco” para quem dorme cedo) e de todas as mil coisas de dezembro. No primeiro sábado do ano, tínhamos um compromisso marcado e envolvia funk.
Na semana do evento, poucos dias antes, para a sorte do meu corpo, minha fisioterapeuta já estava de volta do recesso. Cheguei lá falando que estava exausta, e cheia de dor, a viagem tinha sido intensa e havia sinais de uma menstruação antes do previsto. Se você não menstrua, aviso: já é difícil de lidar em condições normais, imagine quando a coisa sai da rota; a sensação é de que a máquina está operando em ritmo de produção acelerada. Os motores estão a mil, tudo é estranho, há uma pressão no ar e nos órgãos. Então, para garantir, a avisei: tenho um show no sábado, é de funk e quero muito ir. Ela só disse: vá.
Passei os dias seguintes temendo o sábado e prevendo caos e confusão. Até pensei estar gripada, mas foi só meu marido o azarado deste caso. Notem que o começo do ano foi de recuperação de fôlego. Há um certo drama nessa minha previsão de tragédias para quem a enxerga como apenas uma ida a um show. Para mim, uma ansiosa com limitações de saúde reais, ir para um evento desses exige preparo físico e mental.
Meu quadril não tem bom encaixe com o fêmur. Deveriam manter certa distância, mas se amam demais e roçam um no outro e isso me causa dor. A consequência, quando não controlada a situação, é sentir a lombar irritada e ter um ciclo menstrual devastador de cólicas. O sofrimento prévio é, portanto, um tanto plausível. Por isso, bato ponto na fisio.
Também preciso pensar na comida. Meu intestino não digere glúten e nem lactose. Costumo dizer que com o primeiro assinamos divórcio e com o segundo é uma separação com convivência, ou seja, se passar um pouco, não vou ter maiores problemas. O festival autorizou levar comidinhas, ufa, aí neste assunto pude respirar e organizar qual seria meu pacote.
Sobrou então o meu maior medo: a dor, podendo ser apenas a óssea ou junto com o útero. Sábado de manhã… primeiros sinais do sangue. É, o destino não estava para brincadeira em 2024. Cólica, remédio, repouso. Fim da tarde, saímos; eu me arrastando com minha bolsa de alimentos, dipirona e utensílios necessários para banheiros públicos nessa condição {fica a dica: em farmácias e lojas como Multicoisas vendem forros de vaso de plástico em versão de bolso}. No recinto, mapeei o ambiente, entendi onde tinha água e descobri a existência de cadeiras e praça de alimentação. Tudo certo para a mente ansiosa e para uma jovem senhora (risos).
O show começou. Leve cólica. Decidi esperar um pouco para tomar remédio. Enquanto isso, fui me envolvendo. Comecei dançandinho. Me animei. De repente, estava de fato dançando (sem passar do ângulo de 90 graus na descida por ordens médicas). Uma hora e meia depois, estava pleníssima. Sem dor, sem cólica, em euforia. Sentei para esperar o próximo cantor e comer. Quando relaxei, o pé incomodou no sapato e o útero ameaçou novo espasmo. Respirei, passou.
Segundo show. Achei que não ia aguentar. Silva começou suave, fui sendo levada pela música. Mais uma vez, sem nem notar, estava eu odara. Fomos embora antes do fim porque meu marido não aguentou de gripe. Dancei da plateia até o uber. Cheguei em casa em êxtase. Venci. Aliás, vencemos. Eu e minha fisioterapeuta.
Na semana seguinte, cheguei no consultório e contei tudo com o final: parece que o segredo é se divertir, né?
-Requebrar o quadril, ela respondeu.
E assim comecei 2024, rebolando até o ângulo de 90 graus.
Tinha como fechar com outra música? hahaha
Caso não saiba, sou jornalista há quase 15 anos, especialista em bem estar, escritora e professora sobre uso do tempo e planejamento de projetos há mais de sete anos. O nome desta newsletter, Tempo para você, criada em 2021, não é à toa.
Com esse currículo, venho lembrar que abri vagas para aulas de planejamento no formato personalizado e acompanhamento mais de perto. Se no seu dia não está cabendo você, seus projetos, seus exercícios, seu momento, como se não estivesse com tempo para existir enquanto indivíduo, recomendo o serviço. Existir é tanto! É sonho, alimento, corpo, mente, afeto, amigos, estar inteira.
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Observação: não sou adepta do planejamento como ferramenta de “controle” da vida. Projetos, sonhos, desejos práticos são coisas das quais se a gente não se movimenta, não se realizam. Mas, o subjetivo, a vida como ela é, tem sua fluidez própria e, por isso, não cabe em um planner. Nas aulas, ensino sobre o que é planejável e o que é melhor soltar em prol da sua saúde mental.
Desejo um feliz 2024! Estou super animada e cheia de ideias para este ano e aos poucos vou partilhando aqui. Por enquanto, seguimos com envios semanais, alternando entre gratuitos e exclusivos para premium. Inclusive, se você for da lista premium, recebe 10% de desconto nas aulas de planejamento, é só me avisar quando entrar em contato.
Uma semana de muito rebolado para nós.
Beijos,
Gabi
Começou bem o ano! ✨ Só não me imagino tomando um suco verde num show de funk rsrsrsrssrs
A pélvis solta é o segredo da felicidade e do bem estar. Beijos!!!