fui à Bienal do Livro do Rio esses dias. Como cheguei cedo, encontrei muitas crianças e adolescentes vivendo os passeios escolares. Não conseguia me concentrar em nada porque o barulho era intenso. Corriam pelos corredores, esbarravam em quem estivesse na frente, discutiam um com o outro. O caos. Amo crianças, mas um coletivo delas é para os fortes, admiro os professores e todos os profissionais pedagógicos.
Num dado momento, comprei um café, como uma jovem senhora que sou, e sentei na praça de alimentação. Lá o meu encantamento finalmente deu as caras. Olhei ao redor, comecei a observar a interação entre eles e também entre os adultos vagando por ali. Notei que em volta daquela construção tinha uma muralha de montanhas com nuvens no topo, o que para mim é um dos cenários montanhosos mais bonitos. Numa mesa ao lado, dois amigos debatiam sobre família e os cursos que escolheram fazer na faculdade, eram recém universitários. Passei um bom tempo esperando o momento de ir para fila tentar uma senha de acesso ao evento com a icônica escritora Conceição Evaristo.
Lugar garantido, já em outro ambiente voltei para mais uma sessão de observação, essa acompanhada de papo com uma amiga. Falar nisso, estava com uma outra amiga tomando um suco em outro dia e enquanto ela falava comigo, meus olhos seguiam barulhos ou movimentos periféricos. Ela me conhece há um tempo, mas nunca havíamos sentado juntas assim, então em um desses momentos de escape, ela me diz:
-Você percebe tudo, né?
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